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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Uso da luz dos vaga-lumes pela ciência

Uso da luz dos vaga-lumes pela ciência:



Existem mais de 2.000 espécies de vaga-lumes, e eles são chamados assim devido à bioluminescência que produzem para atrair parceiros e deter os predadores. A reação bioluminescente é claramente vista em uma noite quente de verão , especialmente em climas tropicais e temperados. Muitas pessoas têm boas recordações de pegar vaga-lumes quando eram crianças, reunindo-os em um pote com furos na tampa para desfrutar do brilho suave de uma lâmpada bioluminescente!



 Então, o que é bioluminescência? A bioluminescência é a produção de luz por um ser vivo (bios=vida, lumen=luz). Este tipo de luminescência é um exemplo natural de quimiluminescência, ou energia liberada como luz através de uma reação química. Ele é visto em uma variedade de organismos terrestres, incluindo o tamboril, aracnídeos, fungos (como o cogumelo brasileiro Agaricus Gardineri, que nasce nas folhas mortas da palmeira Pindoba), anelídeos e os besouros pirilampos, (que são chamadas de vaga-lumes no Brasil). Mas, a maior parte da bioluminescência ocorre nos organismos marinhos da zona abissal dos mares.
Quando somos crianças nós amamos as luzes piscantes dos vaga-lumes, mas poucos de nós provavelmente entendemos como o brilho verde-amarelo foi realmente criado. Na verdade, isto é uma reação química. Vaga-lumes produzem dois compostos que fazem o seu show de luzes possível. Um composto é chamado de luciferina e outro é a luciferase.
Luciferina é um pigmento que reage com o oxigênio para criar a luz que vemos. 
Luciferase é um catalisador nesta reação, o que significa que ele acelera a reação sem ser propriamente utilizado. Outros componentes dentro dos vaga-lumes, incluindo o magnésio e o ATP, são as fontes de energia que alimentam esta reação.
A energia resultante da reação química é liberada como verde, amarelo ou luz avermelhada, (comprimentos de onda entre 510 a 670 nanômetros), para o seguinte espectro de luz que vemos na figura abaixo:


Esta é a luz que vemos brilhando e voando em torno de nós nas noites quentes de verão. Na verdade, os cientistas pensam que os vaga-lumes podem controlar o padrão e a velocidade do seu "piscar", controlando a quantidade de oxigênio (um componente da reação) que eles têm em seus corpos.
Então, o que isso tem a ver com os cientistas e as pesquisas? Acontece que o catalizador Luciferase, produzido pelos vaga-lumes, pode ser uma poderosa ferramenta de pesquisa . 
Os organismos podem ser induzidos a brilhar, usando-se a engenharia genética, para expressar o gene da luciferase . A planta da figura abaixo, por exemplo, expressa luciferase, quando regada com uma mistura contendo a luciferina, que brilha intensamente no escuro.



 Provavelmente um dos usos mais comuns da luciferase em laboratórios, é agir como um sinalizador do que está acontecendo dentro do DNA de uma célula. O gene da luciferase pode ser manipulado, em uma célula, de modo que seja expresso apenas quando um promotor específico - um segmento de DNA, que dirige a expressão do gene, é ativado.
Então, se eu quero saber se um promotor escolhido foi ativado, eu crio um trecho de DNA em que o meu promotor em questão leva à criação de luciferase quando ativado. Então, através da adição de luciferina à mistura, a presença ou a ausência de luz me diz se o catalizador Luciferase foi expresso e se o meu promotor está ativado. Resumindo:
Promotor Ativado -> luciferase expresso + luciferina = luz (como vemos em um vaga-lume)
Promotor Inativo -> nenhuma expressão de luciferase + luciferina = sem luz

Então, usando essa fórmula, os cientistas podem determinar se um trecho de DNA está ativado, com apenas uma medição, e vendo se a luz é produzida. Esta é uma das maneiras pela qual a luciferase dos vaga-lumes pode ajudar os cientistas a fazerem o seu trabalho.
Abaixo podemos ver um vídeo italiano falando sobre o fungo bioluminescente brasileiro Neonothopanus Gardneri, também conhecido como Agaricus Gardneri, que pode ser encontrado nas folhas mortas do coqueiro  anão Pindoba:

Mas, segundo alguns pesquisadores, a bioluminescência também pode ser usada pelas prefeituras para iluminar árvores na rua, pela medicina e pela justiça para marcar determinados pacientes ou condenados, na agricultura para marcar animais e plantas, enfim, ela pode ter um grande número de usos e aplicações.
Então, da próxima vez que você pegar um vaga-lume, deve agradecê-lo por sua contribuição para a ciência. E, em seguida, deixá-lo ir, para que ele possa afugentar predadores, atrair um companheiro e entreter as crianças de todas as idades com a sua bioluminescência!


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