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sexta-feira, 27 de março de 2015

Mudas de plantas exóticas e nativas



                                        Mudas de plantas exóticas e nativas:

Existem diversas empresas especializadas na produção de mudas de plantas e árvores nativas ou frutíferas dos mais diversos tipos e categorias. Muitas prefeituras, de diversas cidades do Brasil, também possuem pomares, geralmente controlados pelas Secretarias Municipais do Meio Ambiente, destinados a fazer a arborização e a jardinagem das suas ruas e praças.
Algumas faculdades e universidades do Brasil também desenvolvem programas que ensinam como produzir mudas e até como se fazer um viveiro de mudas.
As plantas nativas são aquelas originadas do próprio ecossistema onde elas serão plantadas. Já as plantas exóticas, são aquelas que vêm de outras regiões e de outros ecossistemas, podendo até mesmo avançar sobre a vegetação nativa e causar um desequilíbrio ecológico! A mata nativa é aquela que é produto de uma seleção natural de espécies vegetais e que ainda não sofreu a invasão de espécies exóticas. A plantação de mudas nativas de um determinado ecossistema ajuda na recomposição da mata original degradada, enquanto que a plantação de mudas exóticas precisa ser bem controlada, para que elas não se transformem em uma praga.
Abaixo segue uma lista dos links de algumas destas empresas viveiristas, aqui do Brasil, com alguns breves comentários. O último link desta lista, (número 31), é do Sebrae, e mostra tudo o que é preciso para se montar um viveiro de mudas florestais.
Nas figuras abaixo também aparecem alguns modelos bem simples de estufas que podem ser usados para a produção de mudas:

1- Empresa de Tupâ-SP. que produz mudas de árvores frutíferas e para reflorestamento:

2- Organização da cidade de Sorocaba que tem um programa que ensina como produzir mudas, dando dicas de como fazer mudas de árvores nativas e mostrando os diversos sistemas:

3- Site que mostra como formar um pomar de árvores frutíferas e um viveiro com espécies nativas, dando orientações sobre qual a melhor época e quais são as melhores maneiras de se plantar diversos tipos de plantas. Também mostra e comenta as diversas espécies de árvores:

4- Site de venda e plantio de árvores nativas que fala também sobre a sequoia:

5- Site da UNESP de Jaboticabal que fornece um dicionário, em ordem alfabética, de vários tipos de árvores frutíferas, do Brasil e do mundo, dando também os links para contatos:


6- Pequeno produtor de Brasília que dispõe, em seu sítio, de alguns tipos de mudas frutíferas, inclusive a nêspera, (ou ameixa). Fala também sobre a graviola:

7- Site que fala sobre as árvores da Mata Atlântica e mostra dois vídeos com um mateiro acostumado a adentrar na mata:

8- Site da MF Rural, grande empresa do interior de São Paulo que vende e entrega grandes quantidades de mudas e também fornece vários sites sobre diversos tipos de negócios rurais:

9- Site que vende mudas e sementes do Bambu Java Preto, uma espécie exótica que serve para fazer instrumentos musicais, móveis e brotos comestíveis:

10- Empresa que fornece mudas de árvores e outras plantas, além de fazer uma entrega diferente, em grandes caixas de papelão:

11- Site do Mercado Livre que mostra diversas empresas que vendem mudas e fornece os preços, inclusive algumas plantas exóticas:

12- Site do Viveiro Nativo, de Curitiba, que fornece mudas e dá algumas dicas:


13- Site da Normand Reflorestamento, de Minas Geraias; uma das maiores do Brasil. Fornece a palmeira imperial:

14- Mudas de árvores frutíferas enxertadas:

15- Viveiro Freisleben, de Santa Catarina, que envia muda para todo o Brasil, pelo Correio, inclusive mudas de kiwi, uma espécie exótica:

16- Site sobre decoração e plantas de jardins:

17- Mudas de Mirtilo da Mudas Brasil, de Arthur Nogueira-SP:

18- Site de empresas de mudas de árvores nativas e para reflorestamento da cidade de Dona Euzébia, em Minas Gerais, e que fazem entregas em caminhões por todo o Brasil:

19- Anúncio do Viveiro Madeiral, de Presidente Epitácio-SP, que produz mudas nativas e exóticas na faixa de R$1,50 até R$4,00. Nasceu de um programa do Instituto Brasileiro de Florestas, IBF:

20- Site do Viveiro Floresta de Tupâ-SP, que vende mudas nativas e para reflorestamento. O site também mostra vários links interessantes que falam de várias plantas e árvores, mostrando as suas características principais:


21- Site da Apremavi, empresa de Santa Catarina, que vende mudas de espécies nativas:

22- Site da Flora Tietê, de Penápolis-SP, que produz mudas de eucaliptos e de espécies nativas:

23- Site do Jardim Botânico Plantarum, de Nova Odessa-SP, mostrando fotos de expedições dos participantes para outros ecossistemas do Brasil:

24- Site da Associação Brasileira de Frutas Raras, mostrando alguns links de outras empresas:

25- Site do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), uma empresa fundada pela Família Aquino, e que fornece mudas nativas para reflorestamento em vários Estados do Brasil, e dá os números de telefones para contatos:

26- Interessante site do Instituto Floresta Viva, de Ilhéus e Uruçuca, responsável pelo reflorestamento de algumas áreas de Mata Atlântica do sul da Bahia. Vende mudas nativas:

27- Cadastro de viveiristas fornecedores de mudas, dos Estados do RJ, ES e Bahia, feito pela Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais, (RIOESBA):

28- Site do Instituto Ambientalista Gambá, de Elísio Medrado, na Bahia. Fornece mudas nativas:


29- Site do Serviço Florestal Brasileiro, SFB, de Brasília, um órgão público federal responsável pela gestão das nossas florestas. Entre algumas das suas competências está o controle do Cadastro Nacional de Florestas Públicas, (CNFP), e do Sistema Nacional de Informações Florestais, (SNIF):

30- Site que ensina como fazer uma estufa para mudas de plantas:

31- Como montar um viveiro de mudas florestais! Site do SEBRAE mostrando todos os passos necessários, dando orientações, procedimentos, dicas e endereços úteis:

Espero que tenham gostado deste artigo. Comunidade Solaris de Ilhéus, na Bahia.

quinta-feira, 19 de março de 2015

As primeiras cidades, a estratificação social e o aparecimento do Estado



         Segundo estudos recentes, a espécie humana atual surgiu no Vale do Rio Omo, no sul da Etiópia. No começo da sua existência, a espécie Homo Sapiens teve que conviver com outras espécies do Gênero Humano, tal como o Homo Erectus e, muito provavelmente, com o Homo Rudolfensis, que habitava o norte do Lago Rudolf, (ou Lago Turkana), onde o Rio Omo desagua. O Homo Sapiens Primitivo tinha uma capacidade craniana inferior à das outras espécies humanas com as quais convivia, mas, devido à sua superior capacidade de organização, fala, troca de informações e tipo físico mais leve e menos desengonçado, ele passou a predominar por todo o nordeste da África e resolveu migrar também para a Europa e a Ásia.
Os especialistas afirmam que a nossa espécie atual já é uma transformação, ocorrida a cerca de 200 mil anos atrás, da espécie Homo Sapiens Primitiva, e que nós somos classificados como Homo Sapiens Sapiens, ou seja, “O homem que sabe que sabe”, ou que tem consciência do seu papel dentro do mundo! Desde o aparecimento da nossa espécie, no Vale do Rio Omo, no sul da Etiópia, até a época atual, passaram-se apenas 200 mil anos. E hoje já somos mais de sete bilhões de Homo Sapiens, convivendo juntos, neste pequeno planeta que gira em torno da estrela Sol!
O Homo Sapiens desenvolveu uma cultura intelectual bastante criativa, e uma tecnologia material avançada. Com a observação da natureza que o cercava, o Homo Sapiens percebeu que também poderia usar a força do vento, dos rios e dos outros animais para movimentar os barcos, a roda dos moinhos e o arado, nas plantações que começou a fazer, em volta dos seus acampamentos transitórios. Também aprendeu a domesticar outros animais e plantas, encontrados na natureza, e dos quais se serviu, tais como o cão, o ganso, o boi, a abelha, o trigo, a cevada, a ervilha, e a abóbora. A domesticação foi um fator de redução da biodiversidade destas espécies, uma vez que a domesticação de animais e plantas provocou uma seleção artificial de alguns seres vivos, em detrimento de outros, que o ser humano procurou eliminar, por considerá-los hostis à sua sobrevivência, e por ignorar o seu real papel dentro dos ecossistemas.
No começo de sua história, o ser humano foi nômade, isto é, vivia correndo atrás da caça, da pesca, da coleta de alimentos, e quase não se fixava num determinado lugar. Com o desenvolvimento da agricultura, o homem começou a se fixar mais em determinados lugares, onde ele encontrou condições ambientais favoráveis, água, abrigo e possibilidades de se defender melhor dos ataques das feras e das tribos inimigas. Nestes locais, ele teve mais tempo para se dedicar ao cultivo da terra, à domesticação de plantas e animais, à produção dos objetos que necessitava, ao estudo da natureza e para se dedicar à arte e ao lazer. O ser humano modificou seus hábitos e, em vez de ser somente nômade, passou a ser também sedentário, isto é, começou a se fixar mais nos lugares por onde passava.

     Nestas aldeias, ou comunidades neolíticas, o ser humano começou a se especializar nas artes e ofícios, tais como a cerâmica, a pintura, a construção de casas, a fabricação de armas e ferramentas, a seleção de mudas e sementes, a confecção de roupas e redes de pesca, o armazenamento daquilo que produzia, a criação de métodos para medir o tempo e as colheitas, e também se especializou no estudo da natureza e dos seus mistérios. Assim, o ser humano deixou de ser um mero curioso, para se transformar num especialista!
Como já dominava muito bem o fogo, o ser humano conseguiu construir fornos, onde começou a derreter os primeiros minérios que utilizou, tais como o chumbo, o cobre e o estanho. Então, saiu da Idade da Pedra para entrar na Idade dos Metais! Logo em seguida, descobriu que podia derreter o cobre, junto com um pouco de estanho, para obter o bronze, uma liga metálica que é bem mais resistente que o cobre. Estava inventada assim a metalurgia!
        O homem também percebeu que podia ampliar ou alterar a força de alguns mecanismos usando alavancas, correias e engrenagens dentadas. Com isto, começou a construir os primeiros moinhos e os mecanismos de captação da água dos rios. Suas colheitas de cereais começaram a aumentar, e ele foi obrigado a construir silos e depósitos para guardar as colheitas. Nas margens dos rios e dos lagos, onde passou a morar, ou seja, nas regiões fluvio-lacustres, o homem descobriu que podia usar a força do vento para movimentar as embarcações que construiu. Então, passou a usar tecidos para fabricar as velas, que captavam as rajadas de vento e faziam as embarcações navegarem melhor.
Logo depois, as primeiras aglomerações humanas começaram a aparecer. Isto deu origem às primeiras vilas e aldeias primitivas, que se localizavam nas margens dos rios e lagos, onde a pesca era abundante e os homens podiam usar facilmente as suas embarcações. Mais tarde, estas vilas e aldeias começaram a se transformar nas primeiras cidades que existiram, na Ásia, à cerca de 7.000 anos antes de Cristo, tais como Jericó, Eridu, Harappa e Mehrgarh.
Alguns estudiosos acham que o desenvolvimento da agricultura foi o maior erro na história da raça humana! Aqueles grupos humanos nômades que continuaram se utilizando da caça e da coleta, dentro da sua região, mantinham um equilíbrio maior com o meio ambiente e não destruíam os ecossistemas. Por outro lado, os grupos que passaram a fazer parte da nova sociedade agrícola que se formou, desmatavam os campos e as florestas nativas para implantar uma agricultura comercial que produzia mais do que era necessário para o consumo, visando a produção de um excedente para ser comercializado! Adotavam também práticas agrícolas devastadoras, como a queimada, a derrubada das florestas e a domesticação de plantas e animais. Tudo isto enfraquecia os solos, prejudicava as nascentes, acabava com a flora e a fauna de algumas regiões, e aumentava o número de pragas.
Mas, a ambição humana e a competição, entre os agricultores, foi mais forte, e alguns começaram a procurar novas terras para desmatar e plantar, com a intenção de produzir mais excedentes agrícolas para comercializar. Isto lhes proporcionou um bom lucro, com o qual puderam se sobrepor aos outros agricultores e aumentar o seu poder pessoal, dentro das sociedades em que viviam!
Com o comércio e a troca dos excedentes agrícolas, começaram a aparecer as primeiras sociedades estratificadas onde, aqueles que lucravam mais com as trocas, passaram a constituir uma classe social mais abastada, chamada de elite social. Assim, a comercialização do excedente agrícola ocasionou o aparecimento das primeiras elites e classes sociais privilegiadas, nas antigas sociedades pré-históricas!
          O ser humano faz parte da biosfera terrestre, mas começou a interagir com os outros seres vivos de maneira desarmônica! Os seres vivos, não domesticados pelo homem, continuaram dependendo uns dos outros e interagindo com o meio ambiente, nos diversos ecossistemas onde viviam. Mas, com o desaparecimento dos ecossistemas de algumas regiões, para dar lugar aos agronegócios do ser humano, muitos seres vivos daquelas regiões começaram a ser extintos.
O seres humanos pouco sabiam a respeito de como os ecossistemas complexos funcionavam, e não se preocuparam em tomar nenhuma medida especial para avançar sobre estes ecossistemas. Acontece que, cada ser vivo, tem um determinado ambiente onde ele se adapta melhor e, quando os ecossistemas, onde eles viviam, começaram a ser modificados pelo homem, a sobrevivência de inúmeras espécies começou a ficar ameaçada. A maioria das formas de vida era frágil demais, em frente ao avanço conquistador do ser humano dentro da biosfera e, infelizmente, algumas espécies de plantas e animais desapareceram para sempre!
O homem prosseguiu, devastando e degradando a biosfera, sem se preocupar com o equilíbrio existente na natureza. Uma grande quantidade de ecossistemas, que foram organizados em teias alimentares, estabelecidas durante milhões de gerações, e que demoraram milhões de anos para se formar, foram destruídos pela implantação de uma agricultura comercial devastadora!
O homem tem a obrigação de estudar e entender melhor o papel dos seres vivos na natureza e respeitar os processos que eles utilizam para manter um equilíbrio harmonioso dentro dos ecossistemas. Desta maneira, ele estará preparado para compreender também qual é o seu papel fundamental na natureza. Pois, estando consciente da destruição que as suas ações estão causando, nos diversos ecossistemas da Terra, ele vai procurar proteger mais estes ecossistemas para não provocar a sua própria extinção!
As elites das antigas sociedades agrícolas procuraram garantir e conservar os seus privilégios de classes sociais mais abastadas! Partiram então para a criação de estratégias de manutenção e administração das suas fortunas, propriedades e privilégios sociais, querendo com isso, impedir o avanço e o acesso da maioria da população às suas terras e aos seus meios e métodos de acumulação de riquezas! Assim, foram criadas as primeiras ideologias e políticas de dominação das classes sociais que, apoiadas nos costumes e nas normas sociais, muitas vezes criadas pelas próprias elites, garantiram o surgimento das classes sociais dominantes!
As classes dominantes se apropriaram das terras mais férteis e das técnicas de produção e comercialização do excedente agrícola, o que lhes possibilitou obter o poder econômico da sociedade. Com o controle do poder econômico, as elites passaram também a disputar o controle do poder político e ideológico da sociedade. O domínio sobre o saber coletivo, sobre as leis sociais e sobre a religião foi uma das estratégias adotadas pelas elites sociais para se garantirem no poder. As alianças com os chefes das tribos e dos clãs também lhes permitiu obter uma grande participação no domínio das sociedades.
Para as outras classes sociais, menos favorecidas e dominadas, só restou procurar sobreviver e adotar outras estratégias para tentar chegar às posições defendidas pelas classes sociais dominantes. Assim, apareceram as primeiras lutas de classe na história do ser humano!
         As classes sociais que faziam parte dos extratos médios das populações, começaram a trabalhar para as elites ou a desempenhar serviços de apoio para o resto da população. Assim, surgiram as primeiras profissões liberais da história e que eram, por exemplo, os pedreiros, os carpinteiros, os marinheiros, as costureiras, as quitandeiras, as prostitutas, as parteiras, os ferreiros, os pintores, os oleiros, enfim, todos aqueles que desempenhavam tarefas necessárias para as elites e a população em geral.
         Há cerca de 6.500 anos atrás, começaram a se formar os grandes aglomerados humanos nas margens dos maiores rios do planeta, o que deu origem ao surgimento das primeiras grandes civilizações e impérios da história. Nas margens de grandes rios como o Nilo, o Tigre, o Eufrates, o Ganges, e outros, surgiram grandes cidades, com sociedades organizadas, governos burocráticos e grande número de funcionários, o que deu origem a reinos e impérios concentradores da riqueza e do poder. Esta riqueza, acumulada nas grandes cidades, permitiu o controle de uma grande extensão territorial e a realização de grandes obras públicas, como a construção de palácios, templos, estradas, pontes, arenas públicas, aquedutos e demais obras faraônicas.
Os representantes das elites e os chefes políticos criaram uma forma centralizada de poder e de organização política que deu origem ao surgimento do Estado. Inicialmente, o Estado foi criado para conduzir melhor as grandes obras de interesse das sociedades existentes nas grandes cidades daquela época. Além de dirigir os trabalhos de construção e recuperação das obras públicas, o Estado procurava também organizar os trabalhos de produção e armazenamento de alimentos, prestava serviços à sociedade, organizava a força policial permanente e patrocinava o pagamento dos funcionários e dos militares.
         Com o passar do tempo, porém, a minoria que detinha o controle do Estado, além de prestar serviços à sociedade, passou também a explorá-la, criando várias taxas, impostos e aumentando os seus privilégios de elite dirigente! Assim, criou-se uma casta de dirigentes e funcionários públicos que se apropriou do Estado, e procurou criar estratégias e políticas para se perpetuar nos seus cargos e manter os seus privilégios de classe dirigente, dentro dos impérios e reinos que eles administravam.
Os líderes e chefes supremos, dos militares e funcionários estatais, receberam o nome de rei, imperador, faraó e outras designações. Eles procuraram criar uma ideologia que procurava explicar e garantir os seus direitos de governantes, e que era imposta, aos demais membros da sociedade, com a ajuda do poder militar e também da religião oficial. Eles passaram a ser vistos como humanos divinizados, isto é, representantes de Deus aqui na Terra, e do qual recebiam diretamente o direito de governar o Estado!
Assim, o governante supremo foi divinizado e passou a explorar, através de trabalhos forçados e da cobrança de tributos, a população das comunidades e aldeias que existiam dentro do território do seu Estado! Para conseguir mão de obra barata e suficiente, os reis e imperadores daquela época faziam guerras e aprisionavam as pessoas, que eram levadas para trabalhar como escravos nas grandes obras públicas. Assim, além de explorar a natureza, o ser humano também começou a explorar o próprio ser humano, e surgiu assim a exploração do homem pelo próprio homem!
Ao longo da sua história, algumas coisas que os seres humanos fizeram foram boas, mas outras não. Muitas coisas serviram para dar mais alegria e felicidade para as pessoas, enquanto que outras, por causa da ambição e da cobiça, inerentes à personalidade humana, infelizmente, trouxeram apenas desgostos e maldades...
A história da humanidade também possui muitos episódios que refletem o egoísmo humano, que é inerente aos grupos minoritários dirigentes de diversas sociedades mundiais. Grupos estes que são compostos, quase sempre, por elites que, ao dominarem a máquina do Estado, a economia, os meios de comunicação e as forças repressivas, procuram se perpetuar no poder e ter exclusividade nos seus privilégios! Isto sempre causa um conflito com os outros grupos majoritários compostos pelas classes exploradas da sociedade. Esta maioria sofrida, que forma a base da pirâmide social, procura combater o domínio das minorias privilegiadas com a intenção de melhorar as suas condições socioeconômicas e também participar do poder.
Apesar de tudo, estes acontecimentos históricos, pelos quais a humanidade tem passado, também serviram de exemplos, foram etapas importantes para a evolução moral e ética das sociedades, e serviram para o ser humano tentar se corrigir e entender melhor o seu semelhante, respeitando mais a natureza e também os outros seres vivos. Muitas vezes, nos esquecemos de considerar também a natureza, os outros animais, as plantas e as diversas paisagens e habitats ecológicos que existem no nosso planeta. Nos esquecemos de considerar que, se eles desaparecerem, nós também desapareceremos!
Frequentemente, perdemos tempo com mesquinharias e hipocrisias que procuram justificar as injustiças sociais, e com ódios e instintos primitivos que causam muitos malefícios. Tudo isto nos faz esquecer que a nossa vida é muito curta e preciosa, apenas um breve lampejo, no curto espaço de tempo das nossas existências na biosfera deste lindo planeta! Entretanto, a vida é uma riqueza incalculável! Nem sempre notamos o quanto é maravilhosa toda esta natureza cheia de vida que nos cerca. Inclusive, a nossa frágil existência, no meio deste imenso Universo, constitui um milagre inexplicável e misterioso, e que ainda não conseguimos entender direito!
Finalmente, gostaria de dizer que uma das maneiras mais apropriadas do ser humano viver em sociedade, respeitando também a natureza e os outros seres vivos, e tendo uma vida mais feliz e participativa, é a organização de pequenas comunidades alternativas, ou ecovilas, parcialmente independentes da sociedade destrutiva tradicional, fazendo parte de uma grande rede de comunidades irmanadas, parcialmente autossuficientes, produzindo suas próprias máquinas e combustível, vivendo da terra, praticando uma agricultura ecológica e permanente, tendo os seus próprios líderes e a sua própria religião, enfim, criando uma organização social forte, harmoniosa e atuante.
Ton Caldas, da Comunidade Solaris de Ilhéus.